mais destaque.. as arvores q choram...
As Arvores dos Cemitérios.
Cresço em chão de terra firme.
Fertilizada pela natureza da vida.
Vivemos em meio à morte.
Figurantes.
Paisagem de passagens constantes.
Enfeitamos, com cores vivas,
O cinza dos que se vão,
A terra que me sustenta a vida.
Deixa em putrefação os mortos.
Contrastando o nascer, florescer,
Com o morrer, e apodrecer.
Trazem para enfeitar túmulos,
Rosas e flores coloridas,
Cores felizes para um momento de tristeza
Daqui de cima, as vejo também apodrecerem.
Morrem tristes e sozinhas, pois embelezam o fim.
Eu também vejo minhas filhas
Sendo levadas dos meus braços
Direto ao chão onde como que tocadas pelo fim,
Também morrem.
Não vejo a felicidade a minha volta.
Não me sinto feliz em permanecer onde tudo é passageiro.
Tudo aqui chega e se vai... Mais eu... Sou paisagem da passagem.
Minha beleza não é apreciada,
Velo o sono eterno de quem nunca chegou a me ver.
Descontentemente permaneço aqui.
Até que tudo em mim morra.
Mais meu corpo vai permanecer,
Como a lembrança eterna da morte em cima dos vivos.
Assustando a todos com meus galhos secos.
Até que um dia talvez, Me arrancarão da terra,
Que me deu a vida, e permaneceu comigo,
Até depois da minha morte.
O meu destino é ser sempre uma lembrança triste.
Ser elemento figurativo da perda eterna.
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